quarta-feira, 15 de junho de 2016

O poder das histórias

A noite já havia chegado há algumas horas. Sozinho em casa, eu assistia a um filme de terror com as janelas abertas. O calor estava insuportável e não tínhamos ar condicionado. Nem mesmo um mísero ventilador. Eu estava com uns 16 ou 17 anos e já conhecia a história do filme. Ele era baseado no meu livro predileto do mestre Stephen King: O Cemitério. O título do filme foi esticado: Cemitério Maldito. E acho que é uma boa adaptação. Quase fiel ao livro.

É a história de uma família que se muda para uma cidadezinha pequena, em uma casa próxima a uma estrada com um pesado tráfego de caminhões pesados. O pai, professor universitário, a esposa e um filhinho de cerca de 2 anos. No fundo da casa há uma trilha, que leva até um antigo cemitério de animais. Uma lenda diz que um pouco além, existe um cemitério indígena onde o que é enterrado volta à vida.

O livro é fantástico, muito tenso. Foram vários os sustos com o toque do telefone ou outro barulho qualquer na rua. Mas naquela noite, quando eu assistia ao filme, algo muito assustador aconteceu.

Como disse, estava sozinho em casa. Meus pais haviam viajado. Janelas abertas e o filme no videocassete. É, ainda era nessa época! A história foi se desenrolando. Tudo escuro na casa! Por volta da metade do filme, o pai da família encontra o gato morto na beira da estrada. Mãe e filho estavam viajando também. Para não os decepcionar com a morte do bichano, o pai resolve tentar enterrá-lo no cemitério indígena. E não é que o gato volta!

Então, bem na cena em que o gato aparece em cima da geladeira ou de um armário, com os olhos vermelhos e brilhantes possuídos pelo mal.... Pulei da cama de uma vez só! O coração foi parar na boca e por pouco não saltou ao chão. Foi assustador: dois gatos resolveram se pegar e gritar bem debaixo da janela aberta. Juro por deus, não estou brincando. Quase tive um enfarte!

Até hoje, foi o maior susto que já levei na vida.


(A história é verídica. Me lembrei dela ontem, ao refletir sobre o poder que as histórias tem sobre nós. Um livro é capaz de fazer diversas emoções aflorarem. Ontem terminei de ler O Jogador Nr. 1, de Ernest Cline. Em determinado momento da história, fui pego tão de surpresa por uma cena que soltei um “puta que o pariu” em voz alta. É por isso que amo ler um livro atrás do outro e é esse também o principal motivo que me leva a escrever. Espero que nem que seja um pouquinho só, eu consiga transmitir para vocês algumas emoções. Obrigado por lerem minhas loucuras.)

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