quarta-feira, 4 de maio de 2016

Curto e Grosso - Crônicas da Vida – O homem que andava cabisbaixo


De tanto andar cabisbaixo, não reparou no melhor amigo da infância que não via há mais de 15 anos, quando passou por ele na rua.

Deixou também de ver o anúncio do trabalho dos sonhos ao passar em frente à agência de empregos.

Não viu a manchete do jornal que iria mudar o mundo para sempre e tampouco o bilhete que o premiaria com milhões na loteria.

De tanto andar cabisbaixo, não encontrou o amor de sua vida na fila do banco. Apenas o perfume doce ficou marcado em sua lembrança.

Morreu atropelado por um ônibus ao atravessar a rua.

O motorista dirigia cabisbaixo, respondendo a uma mensagem em um aplicativo de celular.

(Semana que vem o título do texto é: O Diabo é mesmo um grande filho da puta!)




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