O acampamento foi levantado na praia, muito próximo às arvores gigantes que
compunham a maior parte da paisagem da ilha. Alex não descansou um minuto
sequer até que tudo estivesse pronto. Em meio à correria, ela avistou Kurt
sentado em uma rocha, O charuto que sempre estava em sua boca, mesmo quando
apagado, emitia agora um cheiro forte, doce e uma fumaça espessa. Ele parecia
muito distante, perdido em pensamentos. Alex se aproximou devagar:
- E então capitão, achou mesmo que não iríamos encontrar esse lugar?
- Sinceramente, Alex, achei que era apenas um sonho maluco seu. Mesmo você
mostrando por meio de cálculos e outras evidências que essa ilha poderia ser
real, jamais acreditei nisso. Acho que eu tinha medo de que realmente a
encontrássemos. E agora que estamos aqui, olhando para essas árvores e ouvindo
esses sons estranhos que vêm da floresta, meu medo está ainda maior!
- Não posso negar que esse lugar me assusta! Mas já parou pra pensar na
descoberta que fizemos? Aparentemente este lugar está parado no tempo! Essas
árvores são do período paleolítico e os sons que estamos ouvindo podem até
mesmo ser dinossauros! Vivos! Esse lugar pode ser um elo importante para
conhecermos mais a história da humanidade e entender a evolução! Essa expedição
será comparada a expedição feita por Charles Darwin!
- Entendo tudo isso, Alex! Mas minha razão não me deixa relaxar! Temos que
ficar atentos o tempo todo. Ainda mais se isso que você acabou de dizer for
verdade. Lembre-se: a maioria dos dinossauros era predadores ferozes pelo que
conhecemos! – ao dizer isso, Kurt soltou uma risada. Tensa ,mas uma risada.
Antes que Alex pudesse continuar o papo, um japonês saiu gritando
freneticamente da maior barraca que estava montada no lado oposto de onde se
encontravam Alex e Kurt. Era Hirata, técnico em rádio e especialista em
radares.
- Venham, venham! Vocês não vão acreditar nisso! Venham rápido!
Alex e o capitão correram ao encontro de Hirata e ele os conduziu afobado
até a barraca onde estava montado o centro de rádio do acampamento.
- Olhem ali, nos radares! É uma formação de aviões! Está vindo em direção
da ilha!
- Certo Hira, mas o que isso tem demais? – perguntou Kurtsman.
- Escutem só isso - disse Hirata e
girou um botão no rádio.
Vozes, falando em um idioma que parecia japonês. As vozes eram dos pilotos
dos aviões que apareciam nos radares. Mesmo após o técnico explicar isso, Kurt
ainda estava cético.
- Por que essa empolgação toda com pilotos falando em japonês Hira? Só
porque encontrou conterrâneos nesse final de mundo?
- Não capitão - interveio Alex – O
conteúdo das mensagens é que é perturbador! Mas não adianta eu te dizer, pois
você não vai acreditar! Venha! Venha ver para crer!
Ela pegou o capitão pelo braço e o conduziu para fora da barraca. Ao leste,
bem ao longe, já dava para ver a formação de aviões se aproximando. O barulho
dos motores foi crescendo menos de 5 minutos depois o capitão Kurtsman e outros
membros do grupo olhavam para cima boquiabertos.
Oito Mitsubishis Zero passaram voando sobre a praia.
- Meu Deus! – disse o capitão com lágrimas nos olhos – São aviões da
Segunda Guerra Mundial?
Nenhum comentário:
Postar um comentário