quarta-feira, 6 de abril de 2016

A Ilha - parte 2 (leia antes a primeira parte publicada em 09 de março)


O acampamento foi levantado na praia, muito próximo às arvores gigantes que compunham a maior parte da paisagem da ilha. Alex não descansou um minuto sequer até que tudo estivesse pronto. Em meio à correria, ela avistou Kurt sentado em uma rocha, O charuto que sempre estava em sua boca, mesmo quando apagado, emitia agora um cheiro forte, doce e uma fumaça espessa. Ele parecia muito distante, perdido em pensamentos. Alex se aproximou devagar:

- E então capitão, achou mesmo que não iríamos encontrar esse lugar?

- Sinceramente, Alex, achei que era apenas um sonho maluco seu. Mesmo você mostrando por meio de cálculos e outras evidências que essa ilha poderia ser real, jamais acreditei nisso. Acho que eu tinha medo de que realmente a encontrássemos. E agora que estamos aqui, olhando para essas árvores e ouvindo esses sons estranhos que vêm da floresta, meu medo está ainda maior!

- Não posso negar que esse lugar me assusta! Mas já parou pra pensar na descoberta que fizemos? Aparentemente este lugar está parado no tempo! Essas árvores são do período paleolítico e os sons que estamos ouvindo podem até mesmo ser dinossauros! Vivos! Esse lugar pode ser um elo importante para conhecermos mais a história da humanidade e entender a evolução! Essa expedição será comparada a expedição feita por Charles Darwin!

- Entendo tudo isso, Alex! Mas minha razão não me deixa relaxar! Temos que ficar atentos o tempo todo. Ainda mais se isso que você acabou de dizer for verdade. Lembre-se: a maioria dos dinossauros era predadores ferozes pelo que conhecemos! – ao dizer isso, Kurt soltou uma risada. Tensa ,mas uma risada.

Antes que Alex pudesse continuar o papo, um japonês saiu gritando freneticamente da maior barraca que estava montada no lado oposto de onde se encontravam Alex e Kurt. Era Hirata, técnico em rádio e especialista em radares.

- Venham, venham! Vocês não vão acreditar nisso! Venham rápido!

Alex e o capitão correram ao encontro de Hirata e ele os conduziu afobado até a barraca onde estava montado o centro de rádio do acampamento.

- Olhem ali, nos radares! É uma formação de aviões! Está vindo em direção da ilha!

- Certo Hira, mas o que isso tem demais? – perguntou Kurtsman.

- Escutem só isso -  disse Hirata e girou um botão no rádio.

Vozes, falando em um idioma que parecia japonês. As vozes eram dos pilotos dos aviões que apareciam nos radares. Mesmo após o técnico explicar isso, Kurt ainda estava cético.

- Por que essa empolgação toda com pilotos falando em japonês Hira? Só porque encontrou conterrâneos nesse final de mundo?

- Não capitão -  interveio Alex – O conteúdo das mensagens é que é perturbador! Mas não adianta eu te dizer, pois você não vai acreditar! Venha! Venha ver para crer!

Ela pegou o capitão pelo braço e o conduziu para fora da barraca. Ao leste, bem ao longe, já dava para ver a formação de aviões se aproximando. O barulho dos motores foi crescendo menos de 5 minutos depois o capitão Kurtsman e outros membros do grupo olhavam para cima boquiabertos.

Oito Mitsubishis Zero passaram voando sobre a praia.

- Meu Deus! – disse o capitão com lágrimas nos olhos – São aviões da Segunda Guerra Mundial?

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