É segunda-feira, manhã chuvosa. Aquela segunda com cara
mesmo de segunda. Sabe como é, não? O barulho da chuva na janela; não dá a
mínima vontade de levantar. Mas levantamos mesmo assim, pois o prêmio acumulado
da Mega saiu para algum amigo cítrico de algum figurão. Ou não! Depende do que
você acredita.
Eu não ando acreditando muito em muita coisa ultimamente. Andava
descrente! Minha crença é a mesma de muita gente hoje em dia: vem
meteoro! Mas selecione bem quem vai extinguir. Não me extermine, por favor!
Pegue só aqueles que usam arreio de burro, que só olham pra frente, sem se
importar pro que ocorre bem ao lado. Ou não! Acho que ninguém merece isso. Nem
mesmo eles.
Outro dia, pela rua, vi um casal de sem tetos com uma
menininha de uns três ou quatro anos. Estavam fugindo do sol, embaixo de uma
marquise de um banco. Contrastes da vida! Não parei. A vida corrida faz com que
a gente use o arreio de burro algumas vezes sem ao menos perceber. Mas depois
fiquei pensando, principalmente na criança que, alheia à situação de seus pais
que estão na rua, sorria!
Qual o valor desse sorriso? Qual preço os pais pagam por ele?
Talvez aquele pai ou aquela mãe abdiquem de comer ou matar sua
própria a sede para dar o pouco que conseguem para a pequena. Pensar
que tantos passam por eles sem ao menos notá-los! Quando notam, julgam sem
conhecer. Sentem nojo ou medo. Isso me entristeceu: os notei, não senti medo ou
nojo, e apenas passei por eles apressado. Os três ali parados, talvez sem ter
comido um pãozinho francês ou tomado um copo de leite. Queria ter perguntado se
precisavam de alguma coisa! Talvez apenas um bom dia e um sorriso já fossem
suficientes. Para que eles se sentissem gente! Ou talvez eu apenas esteja
julgando sem saber. Quem saberá?
Não vem não Meteoro! Dê mais uma chance pra gente!
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