segunda-feira, 30 de novembro de 2015

“O homem e o vento no fim do mundo”


“O homem e o vento no fim do mundo”

...

Oh, vento frio da madrugada,
Por que castigas meu rosto?
Por que abres ainda mais os ferimentos que carrego em meu corpo?
Todo o mal que fiz, não foi a ti e sim a outros!
Por que partes em defesa deles, se não mais há a quem defender?
Farás como as últimas ondas?
Que tentaram me afogar e jogaram-me contra as últimas rochas desta terra?
Sou mais forte que tudo, pois sou homem e a tudo já destruí!
Por que insistes em me enfrentar?
Façamos uma trégua?

E eis que o vento respondeu:

Trégua? Não terás trégua!
Até tu morreres, te castigarei!
Pois o mal que fizeste a esta terra,
Destruindo a todos e a tudo,
Só será vingado quando eu puder carregar tua alma deste lugar para os confins do universo!

E assim seguiram o homem e o vento
Sozinhos neste mundo, por tempos e tempos!
 
(Essa é bem antiga, talvez escrita há uns 10 anos ou mais)

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Pedro e o elevador


Sempre que precisava entrar em um elevador, Pedro começava a suar frio. As pupilas dilatavam e suas pernas não queriam mais obedecer. Quando eram poucos andares, cinco ou seis, Pedro sempre subia pelas escadas. Era melhor suar devido ao esforço do que correr o risco de até mesmo se mijar, tamanho era seu medo. Naquele início de noite chuvoso, Pedro tinha de ir até o 23º andar. Não havia escapatória. Sozinho no saguão escuro do prédio de escritórios, apertou o botão que chamava o elevador.

O barulho das correntes cortou o silêncio e alguns relâmpagos iluminaram por alguns instantes a placa de aviso: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se neste andar”. O trovão distante fez o coração de Pedro disparar.

Após o sinal sonoro indicando a chegada do carro, a porta dupla finalmente se abriu, convidando Pedro a entrar. Rezando mentalmente para seu anjo da guarda, ele deu dois passos à frente, virou-se e apertou o botão para o 23º andar. As portas se fecharam e o elevador iniciou suavemente a subida. Pedro suava cada vez mais.

Os andares foram passando e Pedro suando. Aos poucos o elevador começou a chacoalhar de maneira anormal. O coração de Pedro já estava quase saltando do peito. Repentinamente, tudo parou e as luzes se apagaram. Junto ao grito, Pedro também liberou o conteúdo da bexiga.

No 23º andar, Jorge esperava. Queria ir para casa, mas ainda havia essa última reunião com o rapaz da agência de publicidade. Jorge esperou, esperou e esperou. Pedro nunca desceu do elevador. A última vez que as câmeras de segurança o filmaram, foi entrando no aparelho. Nas câmeras internas, apenas estática.

Desta vez o medo de Pedro se concretizou. “O Mesmo” finalmente veio buscá-lo e o levou para o além.
 

terça-feira, 24 de novembro de 2015


O veio vermelho corta as encostas

E também corta meu coração

Onde antes a doce vida era celebrada

Cadáveres apodrecem na acidez da ganância

Lágrimas de meus olhos escorrem

Mas elas não são suficientes

Nem para lavar o sangue que cobre a terra

Nem para limpar a lama em que a humanidade se encontra

A vida hoje não vale nada

Nem para homens de Deus

Nem para homens do dinheiro.


(Um pequeno desabafo sobre a tragédia no Rio Doce em MG e sobre os atentados terroristas do dia 13/11 em Paris)

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

BLOG MANIFESTO IRRACIONAL

UM ESPAÇO PARA DEVANEIOS LITERÁRIOS, POLÍTICOS, SOCIAIS E OUTROS SURTOS PSICÓTICOS/PSICODÉLICOS QUE ESTE SER IRRACIONAL QUE VOS ESCREVE VENHA A RACIONALIZAR

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