quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Um livro permanecerá inacabado em uma cabeceira
A estréia daquele filme tão esperado nunca será vista
Nem o show com ingresso já comprado de um famoso guitarrista

Tantas coisas ainda por fazer
Tantos sonhos ainda por concretizar
Filhos para amar

Finda uma vida, como o apagar de uma chama de uma vela
Lágrimas provocadas por uma brisa repentina

(Me sentindo triste hoje; perdi um amigo aos 36 anos, vítima de um infarto)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015


É segunda-feira, manhã chuvosa. Aquela segunda com cara mesmo de segunda. Sabe como é, não? O barulho da chuva na janela; não dá a mínima vontade de levantar. Mas levantamos mesmo assim, pois o prêmio acumulado da Mega saiu para algum amigo cítrico de algum figurão. Ou não! Depende do que você acredita.
Eu não ando acreditando muito em muita coisa ultimamente. Andava descrente! Minha crença é a mesma de muita gente hoje em dia: vem meteoro! Mas selecione bem quem vai extinguir. Não me extermine, por favor! Pegue só aqueles que usam arreio de burro, que só olham pra frente, sem se importar pro que ocorre bem ao lado. Ou não! Acho que ninguém merece isso. Nem mesmo eles.
Outro dia, pela rua, vi um casal de sem tetos com uma menininha de uns três ou quatro anos. Estavam fugindo do sol, embaixo de uma marquise de um banco. Contrastes da vida! Não parei. A vida corrida faz com que a gente use o arreio de burro algumas vezes sem ao menos perceber. Mas depois fiquei pensando, principalmente na criança que, alheia à situação de seus pais que estão na rua, sorria!
Qual o valor desse sorriso? Qual preço os pais pagam por ele?
Talvez aquele pai ou aquela mãe abdiquem de comer ou matar sua própria a sede para dar o pouco que conseguem para a pequena. Pensar que tantos passam por eles sem ao menos notá-los! Quando notam, julgam sem conhecer. Sentem nojo ou medo. Isso me entristeceu: os notei, não senti medo ou nojo, e apenas passei por eles apressado. Os três ali parados, talvez sem ter comido um pãozinho francês ou tomado um copo de leite. Queria ter perguntado se precisavam de alguma coisa! Talvez apenas um bom dia e um sorriso já fossem suficientes. Para que eles se sentissem gente! Ou talvez eu apenas esteja julgando sem saber. Quem saberá?
Não vem não Meteoro!

Dê mais uma chance pra gente!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Incompreensão!


As últimas notícias trazem o que ninguém leu
em um jornal de domingo de uma quarta-feira de cinzas
de um homem queimado em cima de um morro
pelo álcool consumido num boteco de uma esquina escura
 como a cura de um câncer de uma menina pura
 que morreu de loucura por amores perdidos no espaço infinito da imaginação
como a chuva que cai na terra
lavando a alma dos desesperados
que pedem clemência à violência
 nas marginais e nas praças
onde o executivo de terno não dá nem bola
para o menino que pede esmola cheirando cola
 sem se lixar para o problema
causado pelo sistema falho
da INCOMPREENSÃO!

(Essa é mais uma das antigas - como não tenho mais o original, tentei recriá-la o mais perto possível do que era)

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

“O homem e o vento no fim do mundo”


“O homem e o vento no fim do mundo”

...

Oh, vento frio da madrugada,
Por que castigas meu rosto?
Por que abres ainda mais os ferimentos que carrego em meu corpo?
Todo o mal que fiz, não foi a ti e sim a outros!
Por que partes em defesa deles, se não mais há a quem defender?
Farás como as últimas ondas?
Que tentaram me afogar e jogaram-me contra as últimas rochas desta terra?
Sou mais forte que tudo, pois sou homem e a tudo já destruí!
Por que insistes em me enfrentar?
Façamos uma trégua?

E eis que o vento respondeu:

Trégua? Não terás trégua!
Até tu morreres, te castigarei!
Pois o mal que fizeste a esta terra,
Destruindo a todos e a tudo,
Só será vingado quando eu puder carregar tua alma deste lugar para os confins do universo!

E assim seguiram o homem e o vento
Sozinhos neste mundo, por tempos e tempos!
 
(Essa é bem antiga, talvez escrita há uns 10 anos ou mais)

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Pedro e o elevador


Sempre que precisava entrar em um elevador, Pedro começava a suar frio. As pupilas dilatavam e suas pernas não queriam mais obedecer. Quando eram poucos andares, cinco ou seis, Pedro sempre subia pelas escadas. Era melhor suar devido ao esforço do que correr o risco de até mesmo se mijar, tamanho era seu medo. Naquele início de noite chuvoso, Pedro tinha de ir até o 23º andar. Não havia escapatória. Sozinho no saguão escuro do prédio de escritórios, apertou o botão que chamava o elevador.

O barulho das correntes cortou o silêncio e alguns relâmpagos iluminaram por alguns instantes a placa de aviso: “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se neste andar”. O trovão distante fez o coração de Pedro disparar.

Após o sinal sonoro indicando a chegada do carro, a porta dupla finalmente se abriu, convidando Pedro a entrar. Rezando mentalmente para seu anjo da guarda, ele deu dois passos à frente, virou-se e apertou o botão para o 23º andar. As portas se fecharam e o elevador iniciou suavemente a subida. Pedro suava cada vez mais.

Os andares foram passando e Pedro suando. Aos poucos o elevador começou a chacoalhar de maneira anormal. O coração de Pedro já estava quase saltando do peito. Repentinamente, tudo parou e as luzes se apagaram. Junto ao grito, Pedro também liberou o conteúdo da bexiga.

No 23º andar, Jorge esperava. Queria ir para casa, mas ainda havia essa última reunião com o rapaz da agência de publicidade. Jorge esperou, esperou e esperou. Pedro nunca desceu do elevador. A última vez que as câmeras de segurança o filmaram, foi entrando no aparelho. Nas câmeras internas, apenas estática.

Desta vez o medo de Pedro se concretizou. “O Mesmo” finalmente veio buscá-lo e o levou para o além.
 

terça-feira, 24 de novembro de 2015


O veio vermelho corta as encostas

E também corta meu coração

Onde antes a doce vida era celebrada

Cadáveres apodrecem na acidez da ganância

Lágrimas de meus olhos escorrem

Mas elas não são suficientes

Nem para lavar o sangue que cobre a terra

Nem para limpar a lama em que a humanidade se encontra

A vida hoje não vale nada

Nem para homens de Deus

Nem para homens do dinheiro.


(Um pequeno desabafo sobre a tragédia no Rio Doce em MG e sobre os atentados terroristas do dia 13/11 em Paris)

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

BLOG MANIFESTO IRRACIONAL

UM ESPAÇO PARA DEVANEIOS LITERÁRIOS, POLÍTICOS, SOCIAIS E OUTROS SURTOS PSICÓTICOS/PSICODÉLICOS QUE ESTE SER IRRACIONAL QUE VOS ESCREVE VENHA A RACIONALIZAR

EM BREVE!